As meninas do séc. XXI - Fragmento - oleo sobre tela
Las meninas de Velasquez
Nomeada originalmente como A Família, a tela foi salva de um incêndio que atingiu o Palacio Real de Madrid em 1750, passando ao Museu do Prado em 1819 e recebendo, posteriormente, o título de Las Meninas. Embora "menina" seja uma palavra da língua portuguesa, era usada na corte espanhola com o sentido de "dama de companhia".
É uma das obras pictóricas mais analisadas e comentadas no mundo da arte. Como tema central amostra a infanta Margarida de Áustria, apesar que a pintura apresenta outras personagens, incluída o próprio Velázquez. O artista resolveu com grande habilidade os problemas de composição do espaço, a perspectiva e a luz, graças ao domínio que tinha do tratamento das cores e tons junto com a grande facilidade para caracterizar as personagens.[1] Um espelho colocado na parte do fundo da pintura reflete as imagens do rei Filipe IV da Espanha e a sua esposa Mariana de Áustria, segundo uns historiadores, entrando na sessão de pintura, e segundo outros, posando para ser retratados por Velázquez; neste caso seria a infanta Margarida e os seus acompanhantes os que vinham de visita para ver a pintura dos reis ...
É uma das obras pictóricas mais analisadas e comentadas no mundo da arte. Como tema central amostra a infanta Margarida de Áustria, apesar que a pintura apresenta outras personagens, incluída o próprio Velázquez. O artista resolveu com grande habilidade os problemas de composição do espaço, a perspectiva e a luz, graças ao domínio que tinha do tratamento das cores e tons junto com a grande facilidade para caracterizar as personagens.[1] Um espelho colocado na parte do fundo da pintura reflete as imagens do rei Filipe IV da Espanha e a sua esposa Mariana de Áustria, segundo uns historiadores, entrando na sessão de pintura, e segundo outros, posando para ser retratados por Velázquez; neste caso seria a infanta Margarida e os seus acompanhantes os que vinham de visita para ver a pintura dos reis ...
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Perante a recusa de Margarita em posar (nem a dama de honor, ajoelhada junto da princesa a conseguiu convencer) junto dos pais, Velásquez altera e subverte todos os cânones da pintura da época.
Esta recusa impossibilitou a finalização do quadro encomendado com os 3 elementos (rei, rainha e princesa) - ‘’A família’’
Ver mais: Aqui
Esta recusa impossibilitou a finalização do quadro encomendado com os 3 elementos (rei, rainha e princesa) - ‘’A família’’
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Próxima Conferência
“Da 'La Familia de Felipe IV' a 'Las Meninas' - Nomes ou os condicionantes do olhar”pela Dr.ª Sofia Raposo.
Sinopse:
Através desta obra de Velásquez interrogamo-nos acerca de um aspecto da constituição de sentido de uma obra, refiro-me ao acto de conferir um nome/título a algo.Entendendo o quadro como texto a decifrar, compreender e dotar de significação até que ponto pode o seu nome condicionar esse exercício?Pretende-se olhar para o quadro de Velásquez de duas perspectivas diferentes, as das designações 'Las Meninas' e 'La Familia de Felipe IV'.Convém adiantar que só em pleno século XIX o quadro foi intitulado 'Las Meninas'. Olhemos então para o retrato da família...
6ª feira, dia 26 Junho 2009, pelas 21H00Fórum Municipal Romeu Correia, Sala Pablo NerudaPraça da Liberdade – Almada
Tel. 212 724 920
Licenciada em Filosofia pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Especialização em História e Filosofia das Ciências, Faculdade de Ciências de Lisboa.
3 comentários:
Se me permites, é importante informar que Diego Velazquez era filho de um nobre português, natural do Porto, casado com uma nobre Sevilhana.
Viveu durante a "nossa" "Dinastia Filipina", tendo-se tornado famoso no reinado de Filipe IV, III de Portugal.
Devido a alguma influência da nobreza portuguesa, perante a espanhola, era hábito usar-se certos termos portugueses. Daí terem adoptado a palavra “menina” para identificar as filhas de nobres que eram aceites na corte.
Oficialmente só foi chamado de "las meninas" a partir do século XiX, mas sempre foi apelidado por esse nome, o quadro de Velazquez!
Nos dias de hoje provavelmente tinha dupla nacionalidade, o Grande Velazquez. A meu ver, Velazquez foi o maior pintor Ibérico de sempre (não português nem espanhol, Ibérico!), já que tinha mistura dos dois sangues e viveu numa época em que só havia um reino na Peninsula Ibérica.
Mas como sempre, temos o hábito de nos esquecermos dos grandes Homens da nossa História. Neste caso, talvez por uma questão de complexo de inferioridade perante Espanha, ou até mesmo um certo provincianismo que ainda hoje impera!
Beijos
Olá Roderick
Permito.
Quem vem por bem, será sempre bem recebido.
BjS
anA
Tenho pena de que a conjugação de diversos factores, com destaque para os mais de 100 Km de distância me impeçam de assistir às conferências.
Como já disse antes, esta é uma pintura que se situa entre as que mais interesse me despertam.
Tal como o comentador anterior, também gostaria de acrescentar alguns pormenores que me parecem interessantes.
Primeiro: Só por si, a análise da estrutura de composição do quadro, permite considerações suficientes para uma conferência.
Uma das teses mais complexas e esotéricas, explica a impressionante arrumação dos elementos no espaço, de acordo com o uso de uma geometria teórica que para conseguir a Porporção Divina, conjuga a Regra de Ouro renascentista, com a estrutura geométrica da Árvore da Vida cabalística e ainda com uma tal regra das 152 unidades, relacionada com o valor de "Pi" e com a geometria de Euclides.
Ora, os 6 primeiros livros deste matemático grego, conhecido como o "pai da geometria" foram traduzidos e ficaram disponíveis em Espanha no ano de 1576, portanto 23 anos antes de Diego Velázquez nascer e cerca de meio século antes ter iniciado o quadro. Este facto contextualiza a teoria de terem merecido atenção do pintor para elaborar a sua composição.
Segundo: A análise de conteúdo permite-nos descobrir algumas pérolas que nos levam a interessantes e curiosas reflexões.
Por exemplo, "Las Meninas" é um quadro com quadros dentro. Esses quadros possuem uma importância cuja análise nos envolve numa teia. Um dos quadros é uma versão de "Palas e Aracne", de Rubens, feita por J.B.M. del Mazo que pertencia à Colecção Real Espanhola, assim como diversas obras de Ticiano. Velazquez demonstra o seu apreço pelo quadro dando-lhe um lugar na composição e mais tarde, em 1657 pinta um quadro com mulheres a tecer, ao qual é vulgarmente atribuído o título "As Tecedeiras" e que foi assumido como uma cena de trabalho, mas um nobre da corte que vem a fazer um inventário do espólio, chama-lhe "A Fábula de Aracne". De facto, se olharmos para o quadro tudo faz sentido dentro da estória mitológica. Uma das mulheres é Aracne e a outra a deusa Palas.
Mais,da colecção de pintura da corte, na altura, fazia parte um outro quadro, este de Jan Van Eyck, de nome "Os Esponsais de Arnolfini", pintado cerca de um século antes de "Las Meninas". Nesse quadro há a circunstância de existir um espelho na parede do fundo em cujo reflexo também se desvendam as personagens que estão no lugar de onde o observador olha.
Muito se disse e muito mais se dirá sobre este quadro. Michel Foucault tinha uma estranha teoria, insustentável, de que Velázquez pintava em frente de uma parede espelhada.
Resta que "Las Meninas" é uma obra-prima intemporal em que uma notável composição usa uma prespectiva perfeita, uma trabalho apuradíssimo da incidência da luz e uma representação da atmosfera impressionante.
Desejo que tudo corra bem na conferência.
Até breve
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