Trabalho exposto na Casa Bocage em 2004, no âmbito da abertura das comemorações do Ano Bocage 2005
Magro, de olhos azuis, carão moreno,
Bem servido de pés, meão n’altura,
Triste de facha, o mesmo de figura,
Nariz alto no meio, e não pequeno;
Incapaz de assistir num só terreno
Mais propenso ao furor do que à ternura,
Bebendo de níveas mãos por taça escura
De zelos infernais letal veneno;
Devoto incensador de mil deidades
(Digo de moças mil) num só momento,
E somente no altar amando os frades;
Eis Bocage, em que luz algum talento:
Saíram dele mesmo estas verdades
Num dia em que se achou mais pachorrento
Bocage
Titulo - Uma Deidade
Técnica mista sobre madeira
140x100 cm
Técnica mista sobre madeira
140x100 cm
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Auto-retratoMagro, de olhos azuis, carão moreno,
Bem servido de pés, meão n’altura,
Triste de facha, o mesmo de figura,
Nariz alto no meio, e não pequeno;
Incapaz de assistir num só terreno
Mais propenso ao furor do que à ternura,
Bebendo de níveas mãos por taça escura
De zelos infernais letal veneno;
Devoto incensador de mil deidades
(Digo de moças mil) num só momento,
E somente no altar amando os frades;
Eis Bocage, em que luz algum talento:
Saíram dele mesmo estas verdades
Num dia em que se achou mais pachorrento
Bocage
anA marques, anApintura, Centro de Estudos Bocageanos o seu presidente Daniel Pires,blog anA marques
2 comentários:
Vulgarmente conhecido como poeta marginal, irreverente e muito dado a paixões.
A obsessão paralelizada de Camões esteve sempre presente em Bocage.
Reivindica uma liberdade de pensar, gozar e amar estabelecendo como limites a sua própria consciência racional e moral.
Agry
«Magro, de olhos azuis, carão moreno», assim se auto-retratou como poeta. Bocage fez dos sonetos o género poético favorito e da solidão, do sofrimento, do amor-ciúme, do belo-horrível, da morte os temas de eleição.
Depois de ter lido, Bocage- O Perfil Perdido de Adelto Gonçalves, - para fazer os trabalhos para a exposição na Casa Bocage em 2004-,mudei a opinião que tinha, até então, sobre Bocage.
anA
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