23 de fevereiro de 2010

"Pensar com Tom Zé"
Nota de imprensa

ARGUMENTO
Se um dia um Português foi ter às terras que seriam posteriormente chamadas Brasil, nos dias de hoje parece dar-se um retorno histórico pendular e é Portugal que está a ser verdadeiramente ‘descoberto’ como terra de novas oportunidades para o povo Brasileiro. Deste contacto ocorre uma osmose entre a matriz da cultural clássica portuguesa - já um pouco desgastada perante a globalização - e a rejuvenescida ‘multiculturalidade’ Brasileira, a qual ameniza a envolvente - porque vive celebrando cada momento - como o essencial da vida. Desta livre permuta resulta uma auto-organização que renova o quotidiano na forma de uma maior abertura psicológica, tão necessária à constante adaptabilidade da vivência contemporânea.
Tom Zé - célebre músico Brasileiro - foi o símbolo escolhido para homenagear o melhor que une Brasil e Portugal, para lá da óbvia comunhão linguística. A sua música e o seu pensamento serão o motivo inspirador para celebrar a alegria de viver em liberdade criativa. Assim esta concretização temática ocorrerá numa estreita colaboração entre a música, o pensamento e as artes plásticas.

“Assim ou assim?”, acrílico sobre tela, 100x100 cm, 2009
Autor: Totonho
Foto: Jurriaan Hoefsmit


Pelas 14h30 de Sábado dia 03 de Abril de 2010 terão lugar na Casa do Brasil em Santarém, duas palestras de introdução ao tema, música e pensamento de Tom Zé.

Oradores:
- José Neto (artista plástico – sob o pseudónimo Zé Neto) filósofo e autor da ideia.
- Ricardo Marques (músico e professor de guitarra portuguesa) em representação do Conservatório de Música de Santarém.

Após as palestras será inaugurada a exposição colectiva de artes plásticas “Pensar com Tom Zé” a qual estará patente até 02 de Maio de 2010 (horário: 3ª feira a Domingo, das 09h00-12h30 e das 14h30 às 17h30).

Artistas participantes:

- Alberto Henrique de Almeida.
- Ana Cassiano.
- anA marques
- Aristides Meneses.
- Claudio Moraes Sarmento.
- Francisco Rousseau.
- Mariola Landowska.
- Paula Rousseau.
- Pedro Charters d’Azevedo.
- Zé Neto.

Como esta exposição é uma homenagem à influência da cultura brasileira em Portugal, a imagem escolhida (exibida em cima) não será uma das expostas, mas sim uma da autoria de um artista do Brasil – alheio a esta exposição.

Agradecimentos: A Tom Zé e à sua produção, pela autorização relativa à reprodução de todos os materiais usados.

Apoios
- Embaixada do Brasil em Lisboa
- Casa do Brasil -Santarém
- Conservatório de Musica de Santarém


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anA marques, pintura, musica, gravata, artista plástica, anA

17 de fevereiro de 2010

Proposta de Amor

Clitorectomia- Acrilico sobre Tela - 80cmx100cm- Ano 2010
Trabalho a expor na Casa do Brasil-Santarém "Pensar com Tom Zé"

Proposta de Amor
Tom ZéComposição: Tom Zé
Maneco Tatit:

Ó garota,
Eu te convido para um novo tipo de amor,
Menos novela, muito mais solidário será,
A renovada confiança de ser

Que a mulher há de ter
Quando a senha do mistério digitar.
Assim será!

Ó garota,
Eu contra ti já inventei os deuses, a lei,
E pela carne do pecado te condenei
Tô convencido que essa guerra suja

Foi longe demais
E te ofereço um acordo de paz.
Assim será!

Em muitos países do mundo a garota
Também não tem o direito de ser.
Alguns até costumam fazer
Aquela cruel clitorectomia.

Mas no Brasil ocidental civilizado
Não extraímos uma unha sequer
Porém na psique da mulher
Destruímos a mulher.

Agora estou a esperar
Uma resposta de amor e afeto.
Você de saia, eu de calça,
E o luar será nosso teto.

Uma cartinha de amor
Politicamente correta
Você de saia, eu de calça,
Felicidade será nossa meta.
Assim será!

Casa do Brasil, Santarém, anA marques, anA, artista plástica, pintura,

3 de fevereiro de 2010

A Gravata

Gravata Objecto - seda plastificada - 2010
Projecto: Pensar com Tom Zé - Exposição na Casa Pedro Álvares Cabral/ Casa do Brasil
Abril de 2010

A GRAVATA
Tom Zé
Composição: (Tom Zé)


A gravata já me laçou
a gravata já me enforcou
amém
A gravata já me laçou
a gravata já me enforcou
amem

Um cidadão sem a gravata
é a pior degradação
é uma coroa de lata
é um grande palavrão
é uma dama sem pudor
estripitise moral
é falta de documento
é como sopa sem sal

Tem a gravata borboleta
com o bico inclinado
tem a gravata caubói
com o rabinho duplicado

Tem a gravata de laço
que desce do colarinho
molenga como uma tripa
que se deita na barriga

Ela é a forca portátil
mais fácil de manejar
moderna, bem colorida,
para a vítima se alegrar
é um processo freudiano
para a autopunição
com o laço no pescoço
e a fé no coração.