31 de julho de 2009

Vulcão

Aguarela sobre papel Canson - 50x45 cm - 2003

VULCÃO
Saber um extinto
vulcão
dentro do peito
Um espaço interdito
e vulnerável
Um coração de fogo
que perdeu a imagem
...........................Mª Teresa Horta
anApintura, pintura de vulcão, anA, anA marques, artista plástica

25 de julho de 2009

Cinturas

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Tua matinal cintura
Quando ao deitar te tenho e mereço o teu corpo inteiro compacto de ternura,
Ergo-me, na procura de cada momento, o tempo da loucura.
Durmo noites que não meço, insano, reflexo da lonjura
Onde perdura o mesmo movimento da minha mão na esperança de encontrar, o recorte da tua matinal cintura.
(...)
Os meus dedos prolongam-se na cor alva até ao ângulo recto, precipício da minha cama.
Garimpam, desejosos, o recorte da tua matinal cintura, agradável surpresa diária, bendita chama.
Em vão os olhos despertam, força alguma os salva, cerram-se as pálpebras no seu drama
Há demência em mim, tão visível tão real, nos dedos que não querem ver e no olhar que tacteando reclama.
(...)
je/2006
anA marques, anA, pintura, artista plástica

19 de julho de 2009

CrocoDili

Acrílico sobre tela - 9x11 cm - ano 2005 - Dili
Quando de manhã saía da "minha casa" e me encaminhava de bicicleta para beber um café no Hotel Timor ou no Café Brasil, deparava-me logo com a cabeça do crocodilo meia submersa.
De noite, apresenta-se com a mesma linha que determina os relevos, mas noutro tom.
Quanto mais contemplava, mais semelhanças encontrava. É um animal que me incomoda só de o ver, no entanto, nesta ilha com a sua lenda senti gratificantes emoções. Estas foram quase todas com crianças. As outras, muito úteis, foram oferecidas especialmente por adultos.
Esta estada permitiu que eu ganhasse mais conhecimento sobre o ser humano, os seus propósitos, a sua cultura, o seu carácter.
Estou grata pela oportunidade oferecida.
Vivência de quase um ano, que me tornou numa pessoa menos crédula e mais poupada, menos indiferente e mais sabedora.
anA marques, artista plástica, pintora,anA

10 de julho de 2009

Um farol, de e para Dili

Acrilico sobre tela - 9x11 cm - 2005, Dili
(...)

O sol em Timor está a voltar a nascer negro. Estamos a viver numa fase escura da nossa história, novamente. Desta vez o sol negro invade-nos trazido pelos actos desleais e arrogantes de filhos queridos da Nação, que demonstram não merecerem continuar a ser tão queridos.

É um excerto do texto da Ana Loro Metan, publicado no http://timorlorosaenacao.blogspot.com/

Se falha o ''Sol'', nada como a luz dum farol para iluminar Timor Lorosae .

Seria bem fácil que tudo se resolvesse com um acender de luz .

Um abraço para Timor.

Timor, anA marques, anA, artista plástica

6 de julho de 2009

Las Meninas (estudo)

Acrílico sobre cartão- 2009- Estudo para "las meninas

Nu artístico é a designação dada à exposição do corpo de uma pessoa nua para fins artísticos.

Somente nos últimos séculos a pintura e a fotografia de pessoas nuas se tornou mais comum do que a criação de esculturas com o mesmo tema.
É muito difícil encontrar trabalhos que consigam materializar a fantástica comunhão do Nu com a Arte. Dos clássicos mestres da história, poucos conseguiram superar este desafio.
A beleza e sensualidade do nu, por muitas vezes confundida com o vulgar, é a própria essência da arte. O corpo humano é a fonte de quase todas as inspirações. A nudez é sempre inquietante, instigadora e bela.
Por isso o artista, seja na pintura, escultura, na dança ou fotografia, encontra no corpo nu uma profunda ligação com a pureza do ser. É a sensualidade que move a criação em todos os sentidos. É a sensualidade que evoca o amor, a paixão e a criação do homem. Por isso a nudez nos toca tanto e tão profundamente. É o lúdico prazer de vivenciar a nossa própria encarnação.
O nu é uma forma de arte inventada pelos gregos no século V antes de Cristo (a.C.), “tal como a ópera foi criada pelos italianos”, escreveu o escritor e importante crítico de arte inglês Kenneth Clark no livro O Nu, de 1956. A conclusão, segundo ele, pode ser demasiado abrupta, mas tem o mérito de evidenciar que o nu não é apenas mais um assunto de obra de arte, mas sim forma.
No período áureo da pintura, o nu inspirou as obras mais famosas e até mesmo quando deixou de ser tema obrigatório, manteve a sua posição como exercício académico e símbolo de maestria dos pintores. “Somente o nu sobreviveu”, escreveu Clark.
Sofreu transformações, é claro, mas continua sendo o elo fundamental que nos liga aos temas clássicos. Se não tem essa função, o nu na arte serve para mostrar as grandes rupturas, como a liderada por Auguste Rodin. Em idade avançada, já famoso, o artista pode dar-se ao luxo de quebrar as regras académicas, de poses paradas. Para espanto das pessoas, Rodin deixava suas modelos, muitas vezes dançarinas, se moverem a vontade e sem inibições pelo ateliê. As retratava com traços rápidos e leves. Despreocupado com exactidão ou volume, carregava os desenhos de uma força jocosamente erótica.
O estilo, provocador para época, influenciou os vienenses Gustav Klimt e seu discípulo Egon Schiele, que puxou do erotismo uma poderosa carga dramática. Pablo Picasso comprovou a perenidade do nu. O pintor espanhol poupou o nu às suas metamorfoses. Ele fez uma série de desenhos que se poderiam imaginar como figuras destacadas do reverso de um espelho grego.

A arte nunca é casta, se deveria mantê-la longe de todos os cândidos ignorantes. Nunca se deveria deixar que gente impreparada se lhe aproximasse. Sim, a Arte é perigosa. Se é casta não é Arte.” (Pablo Picasso)

Texto de Ludo Rex, retirado do blogue/projecto Momentos & Documentos iniciativa que tenta fomentar a expansão da Leitura na Internet, do conhecimento da História, da Arte, da Literatura, da Cultura e Política em geral.
ana mascarenhas-aeiou.pt
ana marques, anA, pintora

1 de julho de 2009

Las meninas (continuação)

Projecto ''Repensar Las Meninas '' de Velásquez

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......4 fragmentos - Acrílico sobre cartão - 2009
Las meninas, ana marques artista plástica, anA marques, anA, pintora